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Neuromarketing: Veja como aplicar na prática para alavancar os negócios

Neuromarketing é um ramo de estudo que usa o conhecimento sobre o cérebro humano para guiar as ações de marketing e impactar de forma positiva os clientes

O neuromarketing é uma área do conhecimento que visa entender o que leva os clientes a decidir entre fazer ou não uma compra. A partir disso, consegue criar estratégias para poder convencer alguém a tomar uma decisão favorável ao negócio.

O que é neuromarketing?

Neuromarketing é a área que estuda como se comporta o cérebro humano diante de estímulos de Marketing. Diante disso, aplica conceitos da Neurociência para compreender como se dá o processo de tomada de decisão por uma pessoa. 

Esse conceito permite compreender como as emoções e impulsos atuam diante de determinadas ações. Assim, é possível direcionar melhor as campanhas de modo a despertar sensações positivas nos potenciais clientes e assim levá-los a fechar negócio.

Quando surgiu esse conceito?

O primeiro a propor essa ideia foi o professor Ale Smidts, na Inglaterra, mas quem a tornou popular foi o americano Gerry Zaltman. Com formação em medicina, ele foi pioneiro ao direcionar o estudo do cérebro voltado aos comportamentos perante o mercado.

Nos testes realizados, ele buscou associar as reações registradas por meio de ressonância magnética a imagens e estímulos recebidos. Assim, foi possível concluir quais tipos de imagens ou cores remetiam a pessoa a sensações de:

  • prazer;
  • nostalgia;
  • riso.

A partir da década de 1990 essa ideia se tornou mais popular e passou a ser aplicada por algumas marcas de grande expressão, com resultados positivos. 

Mulher com mão esticada como se tocasse em símbolo holográfico de cérebro humano
O Neuromarketing é resultado da junção entre a Neurociência e Marketing, para tentar influenciar de forma positiva o público. Imagem de Rawpixel no Freepik

Como funciona o neuromarketing na prática?

Na prática, o neuromarketing fornece informação para a criação e divulgação de produtos. Isso ocorre à medida que pode indicar quais os elementos visuais ou textuais que podem despertar determinada sensação.

Ao criar uma loja, por exemplo, a própria decoração pode gerar no público uma percepção de maior sofisticação ou passar a mensagem de ter artigos mais populares. Dessa forma, em poucos ajustes é possível transmitir uma ideia de:

  • acolhimento;
  • modernidade;
  • aventura. 

Tudo isso deve estar de acordo com os arquétipos de marca criados para a sua empresa. Uma loja de artigos esportivos, por exemplo, quer transmitir uma impressão de vitalidade, energia e aventura.

Quais os benefícios do neuromarketing?

O neuromarketing ajuda as marcas a ajustar sua comunicação e assim atrair os clientes certos, bem como, gerar conexão com a audiência. Em resumo, ao entender como uma pessoa toma uma decisão, é mais fácil exercer influência sobre esse processo.

Esse tipo de ação, no entanto, não deve ser utilizada para ludibriar a audiência, mas sim usar de forma ética em conjunto com os demais princípios do marketing. Ou seja, a partir dessa técnica, é possível adequar os 4 P’s do marketing para proporcionar:

  • campanhas mais assertivas;
  • melhor experiência de consumo.

O neuromarketing, ao permitir conhecer como as emoções influenciam no momento da compra ajuda a direcionar a criação de toda a estratégia de Marketing. Com isso, é capaz de gerar uma identificação entre o consumidor e a marca.

Esse é um recurso muito utilizado por empresas que buscam como fidelizar clientes, uma vez que uma experiência positiva pode estimular o público a voltar a comprar. 

Quais os exemplos de uso do neuromarketing nos negócios?

O neuromarketing está presente em muitas ações no dia a dia, desde a escolha de uma cor para uma embalagem até o uso da escrita persuasiva. Na sequência, veja alguns dos principais usos desse conceito pelo time de marketing e demais áreas.

Reunião de negócios com mulher de pé exibindo resultados e métricas a outras duas mulheres e homem de blazer sentados à sua frente
O neuromarketing ajuda as equipes a criar campanhas mais assertivas, que gerem conexão com o público. Imagem de DC Studio no Freepik

1 – Psicologia das cores

Esse é um ramo de estudo, que combina conceitos da Psicologia com aquilo que já se conhece sobre o neuromarketing. Em resumo, é possível associar determinadas cores às sensações que elas geram de forma inconsciente, tais como:

  • laranja: energia, proximidade;
  • verde: serenidade, por isso é muito utilizado na área da saúde;
  • rosa: feminilidade, jovialidade;
  • vermelho: paixão, vitalidade;
  • azul: confiança;
  • roxo: inovação, modernidade;
  • marrom: estabilidade.

Em conjunto com a escolha das cores de uma marca, também há um trabalho em conjunto com a área de design para criar o conceito que reflita os seus valores. Assim, é possível construir um Branding forte, que leve o público a reconhecê-la apenas por um elemento. 

Um bom exemplo disso é o Nubank, que criou toda a sua estratégia de marca na cor roxa que lhe é característica. A identificação é tão forte que ao visualizar aquele mesmo tom se associa ao banco de forma automática.

2 – Copywriting

O uso de Gatilhos mentais é o principal recurso dessa técnica de criação de textos publicitários, e tem sua base nas lições de neuromarketing. De modo simples, o que se busca é gerar uma emoção que conduza o público a uma ação, como fechar a compra.

Em uma oferta por tempo limitado, busca-se ativar o gatilho da urgência, ou seja, o potencial cliente entende que pode perder a condição se não fechar o negócio. 

Também, ao abrir uma pré-venda para um grupo, gera-se a sensação de exclusividade, que pode influenciar de modo positivo na decisão de compra.

Essa técnica é usada ainda para vencer as objeções, ou seja, os empecilhos que o cliente coloca para evitar a compra. Logo, o neuromarketing se faz presente, porque ajuda a entender quais os receios e dúvidas o destinatário pode ter.

Ancoragem de preços

Outra técnica muito comum no comércio e que tem explicação pelo neuromarketing é a ancoragem de preços. Afinal, ao inserir dígitos quebrados no valor de venda do produto, é possível gerar uma sensação de que ele é mais acessível. 

Mesmo que seja uma diferença mínima, há um resultado melhor nas vendas de um produto que custa R$ 997 ao invés de R$ 1 mil. De modo similar, ao incluir vantagens como levar dois produtos com um desconto maior na unidade, é possível ter mais resultados.

3 – Storytelling

Criar histórias envolventes é uma das principais tendências no marketing para as empresas. Assim, a publicidade tradicional na qual apenas se promovia o produto já não é o bastante para cativar o público e vender mais. 

Nesse contexto, o storytelling reúne técnicas para criar narrativas envolventes que gerem curiosidade e retenham a audiência. Elas podem ser aplicadas em várias situações e não apenas para anúncios, como por exemplo:

  • conteúdo em vídeo;
  • postagens em redes sociais, como nos stories no Instagram;
  • campanhas institucionais.

O neuromarketing explica esse o sucesso desse tipo de estratégia, uma vez que relaciona as emoções que um vídeo pode trazer à uma sensação positiva associada à marca. Não é à toa que há campanhas de sucesso que se tornaram memoráveis, como se vê a seguir.

Heineken

A marca de cervejas criou uma propaganda inovadora na final da Champion’s League, na qual fazia os namorados convencerem as parceiras a irem a um spa em troca de um ingresso. No fim, entretanto, foram elas que assistiram ao jogo no estádio.

Com essa premissa simples, a empresa conseguiu captar a atenção do público feminino para o seu produto sem sequer falar de forma direta sobre a cerveja.

Coca Cola

A empresa de refrigerantes é um dos grandes exemplos de como usar o neuromarketing para posicionar a marca. Além disso, suas peças publicitárias contam histórias que remetem à reunião familiar. 

Com isso, ela se fixou como uma bebida para momentos de confraternização, já que remete a esse sentimento. Portanto, é um ótimo caso para usar como inspiração na comunicação de sua marca.

Mão humana em formato de concha abaixo de desenho de cérebro humano que parece flutuar acima dessa mão diante de fundo cinza
Os gatilhos mentais são uma das formas de aplicação do neuromarketing em campanhas. Imagem de jcomp no Freepik

Vale a pena apostar no neuromarketing?

O neuromarketing é uma boa escolha para as empresas, uma vez que permite compreender melhor o comportamento do cliente. Com isso, é possível colocar em prática ações para conduzi-lo ao longo do processo de decisão de compra

Essas técnicas não visam apenas um resultado imediato nas vendas, mas também podem auxiliar no longo prazo, no processo de construção da marca. Assim, a empresa se destaca a tal ponto que pode ser lembrada por meio de uma cor ou símbolo. 

Persuasão x manipulação

O uso do neuromarketing por vezes pode gerar uma visão equivocada de que visa manipular o público. No entanto, é preciso saber que a Persuasão de um cliente não é o mesmo que enganá-lo.

Em qualquer campanha é essencial que a empresa se preocupe em passar as informações reais ao seu público, mesmo porque do contrário é a sua imagem que sairá prejudicada. Por isso, é essencial observar os seguintes pontos nas ações de marketing:

  • mostrar qual a solução que o produto oferece;
  • as vantagens trazidas com a compra;
  • ser transparente com relação aos detalhes;
  • adequar a campanha aos valores e identidade da marca.

Esses fatores, somados ao conhecimento sobre a persona a quem se dirige permitem usar o neuromarketing de forma eficaz. Afinal, ajuda a entender suas necessidades e adequar a comunicação de modo a se conectar com a audiência.

Para ter uma marca de sucesso é preciso sempre pautar as decisões com base em dados e informações sólidas. Logo, o neuromarketing traz uma abordagem científica que em conjunto com as demais métricas serve para orientar a gestão do negócio.

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