Vantagens e como se tornar um líder liberal

O líder liberal é aquele que concede uma maior autonomia aos seus liderados e há grandes exemplos no mundo sobre esse tipo de liderança, como Ronald Reagan.

O líder liberal não é apenas o que concede liberdade, mas é alguém que confia, capacita e fomenta o crescimento coletivo e individual. Por isso, o texto a seguir trata sobre esse estilo de liderança, bem como as suas características distintas e as principais vantagens.

O que é um líder liberal?

O líder liberal é o que adota uma abordagem de liderança com base na valorização da autonomia e participação ativa da equipe. Esse estilo de gestão, aliás, busca equilibrar a autoridade com a liberdade, de modo que os membros sejam capazes de: 

• tomar decisões sem uma prévia consulta;
• expressar ideias de forma livre;
• contribuir para os objetivos do grupo.

Essa prática se apoia em princípios de confiança mútua, onde o gestor não apenas delega tarefas, mas também concede espaço para que os indivíduos tomem iniciativas e participem de forma ativa no que diz respeito ao futuro da organização.

De maneira geral, ele não microgerencia, mas em vez disso, oferece orientação, recursos e apoio. Ou seja, ele acredita que a equipe pode alcançar metas e objetivos, por isso, permite que os membros exerçam controle sobre as suas próprias tarefas e processos. 

O que influenciou esse tipo de liderança?

A abordagem de liderança liberal se deu por meio de uma série de fatores históricos, como, por exemplo, as teorias de gestão que surgiram no começo do século XX. Isso porque, elas enfatizam a importância de tratar os funcionários como ativos valiosos.

Já a psicologia positiva, por outro lado, emergiu como uma técnica que se concentra em gerar cada vez mais potencial humano na busca por realização. Essa visão, então, fez com que o crescimento pessoal dos membros de uma equipe se tornassem uma prioridade.

Ao passo que as empresas se tornaram mais complexas, a demanda por líderes capazes de se adaptarem a novos cenários e a lidarem com várias personalidades também cresceu. Assim, esse modelo surgiu como uma resposta a essa busca por inovação.

Como essa autonomia motiva a equipe?

Quando os membros de uma equipe são aptos a tomarem decisões e assumem um papel mais ativo na sua função, isso gera um conjunto de efeitos motivacionais positivos:

• cria um senso de orgulho, que leva cada um a se esforçar para ter bons resultados;
• gera estímulo na busca por soluções criativas para os problemas que surgem;
• contribui para um senso de significado no trabalho prestado;
• faz com que se sintam mais confiantes e com uma sobrecarga menor;
• constrói relações ainda mais saudáveis e genuínas.

Como a liderança liberal estimula a criatividade?

Esse tipo de liderança inspira ideias criativas ao permitir que a equipe explore novos caminhos e troquem pontos de vista, pois, assim, a criatividade floresce. 

Colaboração e liberdade geram soluções ousadas, enquanto os erros são tidos como lições que levam a alternativas únicas.

Essa mentalidade cria um espaço seguro aonde as partes se sentem à vontade para expor ideias que podem ser radicais ou não-convencionais. Como resultado, a abertura a esses olhares únicos podem criar um fluxo constante de inovação.

Quais as vantagens de ser um líder liberal?

Ser um líder liberal oferece uma série de vantagens, como redução do estresse, o que pode impulsionar tanto o gestor quanto a equipe e a organização na totalidade. Nesse sentido, algumas das principais são:

• estímulo a novas ideias criativas;
• maior engajamento do grupo;
• comunicação mais clara e colaborativa;
• foco em aspectos criativos.

Participação coletiva na tomada de decisões

Talvez a parte mais importante da liderança liberal seja a ideia de todos ajudarem nas tomadas de decisões. Embora seja difícil coordenar isso, quando a equipe começa a trabalhar bem junta, com liberdade para agir e sendo responsável, os resultados aparecem.

Quando um time atua em conjunto, todos cuidam uns dos outros. Eles não só olham para o que precisam, mas entendem todo o processo de trabalho. Ao mesmo tempo, eles também reconhecem quando as coisas dão certo e celebram juntos esses momentos.

Com a liberdade para agir da forma correta, todos se sentem parte ativa e têm a sua própria influência no projeto. O resultado disso – muitas vezes – é intangível, ou seja, vai muito além de uma simples troca monetária.

Crescimento pessoal e profissional

Esse modelo cria um bom ambiente para que todos possam crescer, tanto na vida pessoal quanto no profissional. Isso acontece, de fato, porque há espaço para tomar decisões e, mesmo que haja erros, dá para aprender com eles.

Além disso, líderes liberais exercem o seu cargo como um serviço e não como uma posição de poder. Isso significa que a gestão é tida como algo que visa a evolução do liderado. Não é à toa que essa pessoa é vista como uma mentora.

Quais são os pontos negativos de ser um líder liberal?

O principal ponto negativo de ser um líder liberal é a falta de direção clara, visto que quando os membros da equipe têm muita liberdade, pode ser difícil manter todos alinhados em relação aos objetivos e metas. Confira abaixo outras desvantagens.

Dificuldade em manter um bom ritmo produtivo

Um dos principais obstáculos para se autogerir é o chamado “limbo produtivo”. Isso significa que tanto em um extremo quanto no outro, há uma jornada que pode ser cansativa e, assim, levar ao desgaste, ou então a uma inércia que não gera avanço algum.

Também há o risco de que ocorra um surto intenso de produção, seguido por um período de pausa. Essa dificuldade em manter um ritmo eficiente, a propósito, pode se dar pela ausência de uma liderança firme e por uma rotina mais flexível.

Falta de organização

Aliado ao desafio de manter um bom ritmo de trabalho, surge o fator da organização, que é crucial. A falta dela, no entanto, não encontra espaço nesse modelo de gestão, tanto para líderes quanto para os membros da equipe.

Se o objetivo é realizar tarefas com autonomia, é essencial fazer isso com maestria, mesmo que de forma simples. Sendo assim, não é preciso adotar táticas complexas ou se valer de teses científicas para aumentar o nível de produção e criar uma rotina mais ordenada.

Quais os principais erros que um líder liberal pode cometer?

Um líder liberal pode pecar pela falta de uma direção clara, apesar de suas intenções positivas. Outros erros que podem impactar de forma negativa e devem ser evitados são:

• dar muita autonomia, pois pode resultar em falta de direção e alinhamento;
• deixar de dar o devido feedback;
• evitar conflitos saudáveis, que podem levar à solução rápida de problemas;
• não definir limites claros para essa liberdade;
• não celebrar as conquistas de cada membro e do grupo no geral.

Como se tornar um líder liberal de sucesso?

Para se tornar um líder liberal de sucesso, é crucial equilibrar a liberdade com a orientação, quando for preciso. Por isso, comece com uma boa comunicação, de modo que deixe claro os objetivos e os valores da equipe.

Não esqueça também de sempre dar feedback, para, assim, ajustar expectativas e oferecer ajuda. Em outras palavras, esteja sempre disponível para dar apoio ao time. 

Ajude a equipe a trabalhar junta, com a troca de ideias e conhecimentos frequentes. Lembre-se de que cada pessoa é diferente, então ajuste a sua gestão conforme as demandas. Portanto, trabalhe para construir um ambiente onde todos se sintam valorizados.

Exemplos de lideranças liberais

Ao longo do tempo, alguns líderes tiveram um papel fundamental na difusão desse modelo de gestão. Assim, veja abaixo alguns exemplos de sucesso.

Ronald Reagan

Ronald Reagan foi o 40º presidente dos Estados Unidos e ficou conhecido por dar aos seus subordinados poder para exercer as suas funções da forma que achassem melhor. Sendo assim, evitou um estilo de liderança autocrático.

A equipe de alto escalão de Reagan incluía indivíduos da área financeira, de engenharia e da indústria aeroespacial. Nos seus dois mandatos, ele concedeu um grau único de autoridade, pois era enérgico, porém, ao mesmo tempo, possuía uma atitude de desapego.

Paul Allen

Paul Allen, um dos criadores da Microsoft, representa a essência da liderança liberal. Dessa forma, ele sempre prezou por ideias novas e encorajou uma troca aberta, ao lançar mão de uma cultura de inovação. 

Sua decisão de deixar a empresa mais cedo pode ser vista como um exemplo do princípio “laissez-faire”, um termo francês que significa “deixe fazer”.

Warren Buffett

Outro exemplo é Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway. Visto que ele deixa os seus funcionários livres para fazerem aquilo que acreditam ser o melhor para a empresa, já que confia na capacidade deles e em suas escolhas.

Sempre buscou se rodear de profissionais do mais alto padrão e criativos. Esse ambiente, então, lhe fez ter que observar de perto cada decisão, mas abriu um espaço para focar no que, de fato, importa.

Vale a pena ser um líder liberal?

Ser um líder liberal pode valer a pena, desde que a prática esteja de acordo com a cultura da empresa, bem como, com a dinâmica da equipe e os objetivos. Esse modelo de gestão conta com benefícios de grande valia, como, por exemplo, uma maior motivação.

No entanto, ela também traz alguns desafios. A ausência de uma direção clara pode dar em falta de foco e direção, enquanto muita autonomia pode levar a decisões erradas.